🔥 Confira os 10 assuntos mais quentes do Podcast:
💠 1. Estamos mais burros ou só mais barulhentos?
A inteligência coletiva da sociedade não pode ser medida com precisão, muito menos comparada com a de 100 anos atrás. O motivo? Falta de régua comum, método confiável e contexto similar. O que temos hoje não é necessariamente uma humanidade mais burra, mas sim uma sociedade mais barulhenta, inundada por vozes, opiniões e ruído digital. A maior parte da história humana foi vivida em silêncio intelectual. Apenas poucos produziam conhecimento; hoje, há milhões falando ao mesmo tempo. Esse barulho contaminou até os produtores de conteúdo sério, principalmente os mais jovens, já “cozidos” nesse ruído incessante das redes. Pensar se tornou mais difícil porque escutar algo valioso no meio do caos exige atenção rara. 🗣️ “Não dá pra dizer que hoje ela tá ficando mais burra, porque a comparação deveria ser: ela hoje está mais barulhenta.” 💠 2. Será que ainda dá pra servir comida caseira num mundo de enlatados? Em meio ao bombardeio de conteúdo superficial e digitalizado, ainda é possível produzir algo “caseiro”, bem feito, com qualidade e atenção. Mas há um dilema: será que as novas gerações terão paciência ou interesse para consumir esse conteúdo mais elaborado? O problema não é apenas manter a qualidade, mas sobreviver nesse mercado barulhento. Para muitos, a única forma de continuar relevante é “entrar na roda”, dançar conforme a música — mesmo que a música seja ruim. A lógica da sobrevivência pode acabar sufocando o artesanal em favor do que é palatável e rápido. 🗣️ “Talvez você só consiga sobreviver entrando na roda.” 💠 3. Ignorância é uma bênção? A filosofia responde há 2300 anos! A ideia de que saber demais pode ser um fardo é antiga. Desde os tempos de Aristóteles, há a suspeita de que os mais melancólicos são também os mais atentos, os que veem o mundo com mais profundidade — e por isso sofrem mais. O alegre, por outro lado, talvez esteja apenas vendo “um décimo da realidade”. A frase “a ignorância é uma bênção” não é apenas um meme moderno. Para alguns, esquecer pode ser uma bênção. A obsessão pela felicidade, típica da sociedade atual, pode ser justamente o que a torna inalcançável — e nos deixa mais idiotas. 🗣️ “A ideia da ignorância ser uma bênção é muito antiga, no mínimo uns 2300 anos.” 💠 4. A internet é a nova prensa de Gutemberg – e o caos é inevitável Sempre que uma nova tecnologia de comunicação surge, a sociedade entra em convulsão. Foi assim com a prensa de Gutemberg e as guerras religiosas, com o rádio e a ascensão do fascismo, e agora, com a internet e as redes sociais. A disseminação de informação em massa altera radicalmente as relações sociais, políticas e culturais. Não estamos apenas mais informados — estamos mais confusos, divididos, comparando tudo o tempo todo e vivendo em crise de identidade coletiva. A internet, como toda grande revolução comunicacional, está nos redesenhando — e ainda não sabemos como isso vai terminar. 🗣️ “Sempre que há uma transformação no mecanismo de distribuição de informação, a sociedade pira.” 💠 5. Você não pode mais comer churrasco em paz: até sua carne é ideológica! Hoje, até as escolhas mais triviais — como o restaurante que você frequenta — carregam um rótulo ideológico. Comer churrasco, beber cerveja ou usar determinadas roupas pode ser visto como uma espécie de “posicionamento político”. Tudo vira trincheira, até a sua comida. Esse fenômeno se intensificou com as redes sociais, onde tudo é motivo de julgamento e rotulação. A polarização extrapolou o campo da política e invadiu o cotidiano, tornando difícil escapar das classificações e viver com leveza. Até o lazer virou campo minado. 🗣️ “Até a comida que você come, o restaurante que você frequenta, já é enviesado ideologicamente.” 💠 6. Meu pai quer que eu salve o mundo… eu só quero um estágio! Existe uma cobrança moderna para que os jovens sejam revolucionários, mudem o mundo e façam história. Mas muitos só querem uma coisa: sobreviver, pagar a faculdade e conseguir um estágio. E tudo bem. A romantização do jovem como agente de transformação vem sendo construída há séculos, mas se intensificou com a cultura de consumo e marketing comportamental dos anos 1960. Só que essa pressão para ser extraordinário pode paralisar quem só deseja viver uma vida comum — e digna. 🗣️ “Meu pai quer que eu salve o mundo. Eu só quero arrumar um estágio.” 💠 7. Quando quem trabalha com a palavra resolve mudar o mundo, dá merda! Para Pondé, quando jornalistas, escritores, professores ou qualquer pessoa que vive da palavra pública decide assumir a missão de “salvar o mundo”, o debate se empobrece. O espaço público fica refém de agendas ideológicas, e a cultura vira panfleto. Esse fenômeno é cada vez mais visível nas feiras literárias, universidades e mídia. Em vez de pluralidade, temos hegemonia ideológica. Em vez de pensamento, lacração. E assim, o discurso público perde sua riqueza e se transforma em grito vazio, sem cheiro nem gosto. 🗣️ “Quando quem trabalha com a palavra pública resolve mudar o mundo, é uma merda.” 💠 8. A verdadeira independência do Brasil foi em 2 de julho? A discussão sobre o 2 de julho como data simbólica da verdadeira independência do Brasil ganha força à medida que se reconhece o papel decisivo da Bahia na expulsão dos portugueses em 1823. No podcast, os participantes lembram que, mesmo após o grito do Ipiranga, tropas portuguesas ainda resistiam em Salvador, e a guerra de fato só terminou no ano seguinte. Figuras históricas como Maria Quitéria e Joana Angélica são exaltadas nesse contexto. A proposta de transformar o 2 de julho em data nacional sem torná-lo feriado gerou ironia e desconforto entre os debatedores. Afinal, que sentido faz reconhecer oficialmente a importância da data e não conceder o devido espaço de memória coletiva? A crítica é clara: se é tão relevante, que vire feriado nacional de fato. A Bahia já celebra essa conquista com orgulho há muito tempo. 🗣️ “Agora tem uma uma discussão se a verdadeira independência do Brasil é 2 de julho de 1823. Ou 7 de setembro de 1822.” 💠 9. Hoje, ser pai é resistir ao tablet de 15 polegadas na cara do filho Em tom de desabafo, um dos entrevistados conta como é julgado por não colocar um tablet na frente da filha durante as refeições. Enquanto todos ao redor usam telas para acalmar as crianças, ele prefere que sua filha de 2 anos pinte e coma sozinha, como um “ser humano normal”. A crítica não é contra a tecnologia em si, mas contra sua banalização precoce na infância. A conversa ganha tons provocativos ao refletir sobre o que seria considerado “normal” no futuro. E se algum dia a psicologia começar a afirmar que o uso constante de telas é o comportamento padrão das crianças? O receio de que esse hábito se normalize levanta um alerta sobre os caminhos da educação e do desenvolvimento infantil na era digital. 🗣️ “Todo mundo ao meu redor, a criança tá com um tablet de 15 polegadas na cara assim e o pai tá me julgando porque minha filha consegue ser um ser humano normal na mesa.” 💠 10. A inteligência não é um verbo intransitivo: ela pede objeto Pondé oferece uma visão contundente sobre a inteligência: ela não é algo absoluto, nem um dom mágico, e sim algo que “pede objeto”. Ou seja, não existe inteligência fora de contexto — ela se manifesta na forma como lidamos com situações, avaliamos relações e interpretamos variáveis. A conversa desconstrói a ideia de uma fórmula mágica para “ficar mais inteligente”. Para o filósofo, inteligência envolve repertório, percepção e sorte. Não é sobre ler um único livro ou seguir uma receita milagrosa. É sobre ampliar horizontes, fazer conexões, e muitas vezes, nascer com um certo temperamento. E, acima de tudo, não cair na armadilha de achar que ser inteligente é repetir frases de efeito sem saber aplicá-las na vida real. 🗣️ “A inteligência não é verbo intransitivo, ela pede objeto, entende?”
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